terça-feira, junho 08, 2010

O Homem


Ventos que cortam as ruas
Lua no céu, a iluminar
Passos ecoam na noite fria
Um homem sem rumo
A caminhar
A Caminhar

Seus olhos demonstram tristeza
Atordoado, sem direção
Esconde as lágrimas
E abaixa a cabeça
Não restam mais forças
Pra lutar, pra lutar
Pra lutar, pra lutar



O homem implora ajuda
Estende, em vão, suas mãos ao ar
Ferido por dentro, de alma partida
Difícil até respirar
Respirar
Respirar

Pessoas em volta comentam
Fuzilam com olhares
O homem, cansado
Então se ajoelha
Aos prantos, começa a rezar
Rezar
Rezar



Sua fé pouco a pouco se apaga
Ele entende que não adianta mais
A vida, de forma ingrata, derruba
Mesmo o mais forte mortal
Mortal
Mortal

terça-feira, janeiro 19, 2010

Mundo Sem Lei


Vivemos num mundo sem lei,
esboço de um paraíso
Perdido no esquecimento.

Presos ao eterno conformismo,
inertes, sem reação
Usamos grilhões de lamento.

Nosso ar fede a melancolia,
Iludimos com amor obsoleto
Fingimos não estar incomodados.

Dominados pelo pavor de todo dia,
mantemos um olho aberto
E outro, sempre acordado.

Pelo bem de nossas famílias,
deixamos nossos corpos vazios
Sem alma, ao Sol, para apodrecer

Mantemos apenas uma centelha de vida,
esperança que por nós todos é vivida
De um dia ver um novo mundo nascer.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Eu Sou


Sou o Tudo e o Nada
o Fogo e a Espada
o Vinho, a Água
o raio de Sol.

o Certo e o Acaso
o Amor e o Descaso
a Dor, o Cansaço
a nuvem no Céu.

Sou a Vida e a Morte
o Azar e a Sorte
o Fraco, o Forte
o Bem e o Mal

o Horror e o Espanto
o Riso e o Pranto
o Grito, o Canto
o Augúrio Final.

Esboço de Mim


Não sou rotulado pelos padrões da sociedade pútrida e sem cabimento que vivo.
Sou essência em pensamentos, teorias, lamentos. Sou falta de conformidade, falta de compreensão. Sou tudo que penso, tudo que falo, tudo que faço, tudo que acredito. Vivo enquanto aprendo, ensino valores perdidos, grito para ser ouvido, revido quando sou agredido.